segunda-feira, 22 de abril de 2024

OS DOZE SENTIDOS

 Você passa todos os dias pela mesma rua e nunca percebeu determinada árvore?

É preciso diferenciar sensação e percepção

Os sentidos nos dão a sensação enquanto que a percepção torna a sensação consciente. 

Por isso, em um determinado dia, mesmo passando todos os dias no mesmo lugar, percebo a árvore (não só enxergo mas vejo a árvore ou não só ouço mas escuto o pássaro).

Os 12 sentidos podem ser divididos em 

a. sentidos corpóreos relacionados ao querer, 

b. sentidos afetivos relacionados ao sentir e 

c. sentidos espirituais relacionados ao pensar.

Os Sentidos corpóreos ligados ao querer/ vontade são: 

o tato, o vital, o movimento e o equilíbrio. 

TATO.               'o sentido do tato é o educador da devoção'. R Steiner

Através do sentido do tato, entramos em contato com o mundo externo e percebemos a nós mesmos. Tatear é a reação de nossa interioridade diante de uma superfície como um estremecimento interior. Superfícies diferentes nos dão diferentes sensações. É o início do caminho para o conhecimento. Tatear é caminhar pela realidade oculta aos olhos.

VITAL.              'o sentido vital é o educador para fecundidade na vida espiritual'

Localiza-se dentro do organismo e só o percebemos se algo estiver em desordem.  Não saberíamos nada do decorrer de nossas vidas se não tivéssemos o sentido vital. É o sentido que dá a sensação da vitalidade em todos os aspectos da vida.

MOVIMENTO.    'o sentido do movimento é o educador para a busca da origem de nossa interioridade'  

Por meio do sentido do movimento percebemos os movimentos dos membros. É uma percepção interna da mudança de posição de cada membro. Os olhos fotografam o movimento de uma pessoa e nos dá a sensação desse movimento, internamente nossos músculos repetem o movimento. Todo o organismo participa na vivência de qualquer movimento.

EQUILÍBRIO.     'o sentido do equilíbrio é o educador de nossa integridade no mundo das ideias' 

O sentido do equilíbrio nos relaciona com as três dimensões do espaço: direita/esquerda, em cima/embaixo, trás/frente. Buscar a postura ereta humana de equilíbrio é a meta desse sentido. A maneira de expressão do Eu em relação ao mundo externo tem a ver com o desenvolvimento do sentido do equilíbrio.

Os sentidos afetivos ligados ao sentir são: 

o olfato, o paladar, a visão e o térmico.

OLFATO.       'o sentido do olfato é o educador para a busca da sutileza' 

Tudo o que cheira chega a nós sem que possamos impor resistência. Os cheiros mobilizam a consciência e as emoções. Geram lembranças, saudade. Sem o desenvolvimento do sentido do olfato, não sabemos o que é bom ou ruim e não é possível um julgamento moral.

PALADAR.    'o sentido do paladar é o educador para o caminho da sabedoria' 

A criança começa seu contato com o mundo colocando tudo na boca, degustando para conhecer e ao longo da vida continuamos saboreando no sentido de travar certo conhecimento a respeito da vida. A falta de cultivo do paladar leva a certa rispidez e dureza nas pessoas.

VISÃO.         'o sentido da visão é o educador para o caminho do mistério da luz' 

Sem a manifestação da luz, o olho não se desenvolve. Onde há luz surge a cor. O olho busca a completude. Cuidado para não pensar com os olhos porque eles se atém ao superficial. Esse sentido permite perceber a ordem no mundo. O céu mostra a paz que o olho se esforça constantemente em restabelecer.

TÉRMICO.    'o sentido térmico é o educador de nossa sensibilidade'

Por meio do sentido térmico o Eu pode atuar. Ele aquece, amolece e faz fluir. O frio endurece, cristaliza, não permite que a alma se expanda. Crianças que não vivenciam o calor na alma e no físico não se alegram, não se entusiasmam.

Os sentidos espirituais ligados ao pensar são: 

a audição, a linguagem, a palavra e o sentido do Eu alheio.

AUDIÇÃO.           'o sentido da audição é o educador de nossa interioridade para a experiência do inaudível do Universo' 

O sentido da audição tem um papel fundamental no encontro com o outro assim como a visão. Para ouvir, o som faz um caminho fabuloso e somos capazes de distinguir entre ruídos, melodias, harmonias e o ritmo das coisas. Esse sentido ocorre na interioridade de cada um para que possamos perceber a essência do que nos rodeia. É necessário silencio para escutar

PALAVRA.            'o sentido da palavra é o educador do nosso caminho para o movimento cósmico'

O sentido da palavra implica em um movimento sutil. O nome das coisas surge do movimento que ocorre nas formas que as coisas assumem. Mesmo que não entenda a língua falada posso perceber que há linguagem. 

PENSAMENTO.     'o sentido do pensamento é a educadora do caminho para a revelação do espírito'

É necessário dominar a língua para perceber o conceito, mas há algo por trás dos conceitos que é difícil de expressar. Para compreender a ideia do outro indivíduo preciso 'desativar o meu pensar e não me concentrar nas palavras'. Esse sentido permite captar a ideia do outro e também pensamentos universais.

EU ALHEIO.         'o sentido do eu alheio é o educador para a busca da realização da liberdade' 

Temos em nós a sensação de algo que nos define e nos diferencia. É o nosso Eu, a nossa essência que começa a se prenunciar por volta dos três anos de idade. Ao longo da vida vamos desenvolvendo o nosso Eu e quanto mais percebo a mim mesmo mais tenho condições de perceber o Eu do outro indivíduo. 

"O ser humano é o órgão através do qual a natureza revela os seus segredos" R. Steiner


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quarta-feira, 17 de abril de 2024

FLUXOS DA VIDA


COMO O DESENVOLVIMENTO HUMANO SE ORGANIZA?

Todo desenvolvimento humano se organiza a partir do FLUXO SUPERIOR (Encarnatório) e do FLUXO INFERIOR (Desencarnatório) tendo o FLUXO MEDIADOR como aquele que dialoga com os dois primeiros. A esfera do meio é o que equilibra os dois fluxos, um que vai em direção ao interior e o que vai em direção ao exterior.

O Fluxo Superior vem do mundo espiritual para o mundo terreno, de fora para dentro, pela frente e transforma o espírito em matéria. Esse fluxo veicula o conteúdo de vidas passadas para a vida atual. 

Entra pelos órgãos dos sentidos, segue o caminho dos nervos e chega ao metabolismo.

Através do fluxo superior, o espírito é ativado no corpo e na alma.

O Fluxo Inferior transforma as experiências da matéria em espírito, vem de dentro para fora, por trás e debaixo para cima, sobe pelo metabolismo onde atuam os processos vitais inconscientes. 

Através do fluxo inferior, o corpo ativa a alma e o espírito. O fluxo inferior veicula o germe para o futuro.

A atuação dos dois fluxos acontece no primeiro instante da vida. O Eu se encarna a partir do centro e da periferia.

O fio do desenvolvimento acontece debaixo para cima e de cima para baixo. Encarno no corpo e no mundo e trago toda a potencialidade do que fui no passado para a realização no futuro.

Do 17o.ao 21o.dia de gestação, por nove meses, o Homem Invisível (ou Homem Ideal ou Segundo Homem ou Homem Noturno ou Eu Superior) adentra o embrião e dispõe-se nos envoltórios embrionários: saco vitelino, âmnio, alentóide, córion. No momento do nascimento esses envoltórios são expelidos junto com a placenta e o Homem invisível se retira para o mundo espiritual e acompanha o ser humano de fora, nos processos inconscientes, durante toda a vida.

O Homem invisível atua onde não há consciência, onde só existe vontade, mas onde há vida. O Eu não atua diretamente mas, na organização físico-etérico-astral do Homem. Atua na região inferior até a cabeça. Os quatro membros suprassensíveis atuam no fluxo inferior anabólico a partir do mundo espiritual, de dentro para fora no sangue.

O Fluxo Mediador integra os dois fluxos, um não existe sem o outro. Atua pela organização astral do Homem Invisível. Penetra pela respiração permeando o ser humano, trazendo consciência.

Forças catabólicas (Fluxo Superior) e forças anabólicas (Fluxo Inferior) são duas forças polares que atuam ritmicamente pela respiração e circulação e permitem que esses dois fluxos se interiorizem formando um espaço interior.

É no confronto entre os dois fluxos que acontece a individualização.

Inspiro o mundo para conquistar o que ainda não sou. Na expiração, eu ofereço o meu gesto ao mundo.




"PROIBIDA A REPRODUÇÃO"

quarta-feira, 3 de abril de 2024

DESENVOLVIMENTO DO CAMINHO INTERIOR (3)

 O DESENVOLVIMENTO DA FLOR DE LOTO DE 12 PÉTALAS

Os seis exercícios complementares harmonizam a flor de lótus de 12 pétalas situada na região do coração. 

Seis pétalas já estão desenvolvidas e o caminho dos seis exercícios complementares desperta as outras seis e as fazem brilhar.

Começa-se com o domínio do pensamento e permanece-se nele durante um mês por exemplo. Em seguida continuando com primeiro agregamos o 2o. e assim por diante.

Esses exercícios asseguram o resultado positivo da meditação e fazem subsistir forças favoráveis ao autodesenvolvimento.

  1. DOMÍNIO DO PENSAMENTO. Escolher um objeto e durante 5' admitir somente pensamentos vinculados ao objeto. O importante é a força da atividade própria do pensar. Como exemplo pode ser observado um lápis sempre mantendo a força da atividade própria do pensar sem fazer associações. Praticado durante um mês nota-se um sentimento de segurança e firmeza da mente.
  2. DOMÍNIO DO QUERER. Realizar uma ação qualquer que se torne um dever diário a ser feito sempre na mesma hora. Como exemplo decido girar meu anel no dedo todos os dias ao meio dia. Esse exercício deve ser acrescido ao exercício do pensar e praticado por trinta dias e, aos poucos toma-se consciência de um sentimento que impulsiona a ação, verte do corpo, flui da cabeça até o coração.
  3. DOMÍNIO DO SENTIR. No terceiro mês acrescenta-se a formação de equanimidade em relação aos sentimentos. As oscilações de sentimento devem dar lugar a uma igualdade na alma através de um esforço consciente. Esse exercício traz calma interior no organismo que irradia desde o coração até as mãos, os pés e finalmente a cabeça. É uma atenção constante voltada para a vida. 
  4. POSITIVIDADE (TOLERÂNCIA). No quarto mês acrescenta- se o exercício de se abster de pensamentos críticos buscando em todas as situações o positivo, mergulhando com amor em cada acontecimento. Esse exercício nos torna atentos para as coisas sutis e se manifesta na alma como felicidade. Com o pensamento dirige-se esse sentimento para o coração, flui para os olhos e dos olhos para o espaço à nossa frente, ao nosso redor e nos dilatamos.  
  5. ABERTURA (RECEPTIVIDADE). No quinto mês acrescenta-se o estar aberto a toda nova experiência. Acolher uma verdade nova. Tem-se a impressão, com esse exercício de algo se tornar vivo e se colocar em movimento no espaço. É uma vibração sutil no espaço que deve fluir, pelos olhos, ouvidos e pele.
  6. HARMONIA (PERSEVERANÇA). O exercício é de manter os cinco exercícios de maneira sistemática seguindo um ritmo para conseguir equilíbrio na alma. Abre-se na alma uma compreensão tranquila diante de coisas que estavam fechadas para ela. 



DESENVOLVIMENTO DO CAMINHO INTERIOR (2)

 O DESENVOLVIMENTO DA FLOR DE LOTUS DE 16 PÉTALAS 

Rudolf Steiner indicou exercícios para cada dia da semana para a abertura do chacra laríngeo e se refere à flor de lótus de 16 pétalas. As flores são órgãos sensoriais da alma.

Das 16 pétalas da flor de lótus da laringe, oito já estão desenvolvidas mas, as outras oito devem ser desenvolvidas por meio de exercícios conscientes e, assim a flor de loto se torna luminosa e começa a girar. São 8 exercícios.

São oito exercícios.

PARA OS DIAS DA SEMANA     -Rudolf Steiner 

O Homem deve dedicar atenção e cuidado a certos fenômenos anímicos que costuma realizar sem prestar-lhes atenção. 

O melhor é, por exemplo durante oito ou quinze dias, dedicar-se cada dia apenas a um exercício. Pode-se também fazer um exercício diariamente começando pelo sábado. 

O oitavo exercício, que dura uns cinco minutos, deveria ser feito todos os dias. Essa é uma maneira de trilhar um caminho interior em busca de auto desenvolvimento.

SÁBADO

Prestar atenção às representações mentais (pensamentos). Ter somente pensamentos relevantes. Aprender paulatinamente a distinguir nos pensamentos entre o essencial e o acessório, entre o eterno e o efêmero, entre a verdade e a mera opinião.

Ao escutar o discurso do próximo, procurar ficar totalmente quieto no interior e renunciar a todo consentimento, mas principalmente, a todo julgamento negativo (crítica, negação), também nos pensamentos e sentimentos.

Isso é a chamada opinião certa”.

DOMINGO

Decidir-se, mesmo nos atos mais insignificantes, somente com base de uma ponderação total. Afastar da alma todo agir impensado, todo fazer desprovido de significado. Deve-se ter, para tudo, razões bem ponderadas. Deixar de fazer aquilo que carece de um motivo significativo.

Se, estamos convencidos da retidão de uma decisão tomada, devemos ater-nos a ela, com toda firmeza de ânimo.

Isso é o chamado juízo certo, que não depende de simpatia ou antipatia.

SEGUNDA

A fala. Dos lábios de quem aspira a um desenvolvimento superior, só deve emanar o que tiver sentido e significado. Todo falar só para falar – por exemplo, com a intenção de fazer passar o tempo – é, nesse caso, prejudicial.

Devemos evitar o tipo comum de conversa onde se fala de qualquer assunto numa mistura inconsequente; de outro lado não devemos excluir-nos da convivência com nossos próximos. É justamente ao contato com os outros que a conversa deve assumir caráter de significância. 

Que se dê resposta a qualquer interlocutor, mas de forma pensada, em todos os sentidos. Nunca falar sem ter motivo. Gostar de silenciar.Tentar falar nem demais, nem de menos. Primeiro escutar e depois digerir. 

Esse exercício chama-se também a palavra certa”.

 TERÇA

As ações exteriores não devem perturbar o nosso próximo. Quando nosso intimo (consciência moral) nos leva a agir, devemos ponderar cuidadosamente sobre a melhor maneira de corresponder ao bem de todo, à felicidade permanente do próximo, à essência eterna.

Quando atamos a partir de nós mesmos, por iniciativa própria, ponderar de antemão a fundo os efeitos da nossa atuação.

Isso é também denominado de “a ação correta”.

QUARTA

A organização da existência. Viver de acordo com a natureza e com o espírito, não deixar se absorver pelas futilidades da vida exterior. Evitar tudo o que traz inquietação e pressa.

Não atuar apressadamente, mas tampouco ficar indolente. Considerar a vida como um meio para o trabalho, a atividade, para a elevação e agir de acordo.

Fala-se também, nesse sentido, de o ponto de vista certo”.

QUINTA

A aspiração humana. Devemos ter o cuidado de não empreender nada que esteja além de nossas forças, mas tampouco deixar de fazer o que está dentro de nossas possibilidades.

Olhar para além do imediato e do dia a dia; fixar metas (ideais) para si próprio, relacionadas com os deveres mais elevados do homem. Por exemplo: procurar desenvolver-se por meio dos exercícios indicados, a fim de poder depois ajudar e aconselhar o próximo mais intensamente, mesmo que isto não se dê num futuro imediato.

O que foi dito também pode ser resumido em: transformar todos os exercícios precedentes em hábitos

SEXTA

A aspiração de aprender da vida o mais possível. Nada acontece conosco que não nos dê a oportunidade de obtermos experiências úteis para a vida. Se fizermos algo de forma errada ou incompleta, isso será um pretexto para fazermos, mais tarde, algo semelhante, mas de maneira mais correta e perfeita.

Vendo outros agirem, devemos observá-los em seu caminho a um objetivo semelhante (embora sempre com um olhar carinhoso). Não devemos fazer nada sem antes lançarmos um olhar retrospectivo às nossas próprias vivências, que podem ser de ajuda em nossas decisões e realizações. Se estivermos atentos, podemos aprender muito com qualquer pessoa, inclusive com crianças. 

Este exercício também é chamado memória certa, isto é, lembrar-se das experiências por que passamos.

RESUMO (8º)

De vez em quando, olhar o próprio interior, nem que seja durante cinco minutos por dia, sempre à mesma hora. E, ao fazê-lo, aprofundar-nos em nós mesmos, apreciar cuidadosamente, examinar e formar as normas de nossa existência, analisar mentalmente nossos conhecimentos – ou  o contrário, se for o caso -, ponderar nossos deveres, refletir sobre o conteúdo e a verdadeira finalidade da vida, sentir um autêntico desagrado a respeito de nossos defeitos e imperfeições. 

Numa palavra: cabe-nos descobrir o essencial, o duradouro, e levar a sério as metas correspondentes, por exemplo, a de adquirir determinadas virtudes (não devemos incorrer no erro de pensar que realizamos algo de forma perfeita, mas sim aspirar sempre a algo mais elevado de acordo com os mais altos ideais).

Esse exercício também é chamado a contemplação correta”.

 


DESENVOLVIMENTO DO CAMINHO INTERIOR (1)

IMAGINAÇÃO, INSPIRAÇÃO, INTUIÇÃO

 Quão difícil é, hoje mantermos o foco em um pensamento!

 Somos convidados a experienciar o novo diariamente através de uma enxurrada de estímulos interessantes que o mundo externo oferece.

Os pensamentos não param acompanhados de uma oscilação emocional e múltiplas tarefas.

Afinal, não podemos parar! Tempo é dinheiro!

Mas, o desenvolvimento interior embora feito na plenitude da vida requer pausas, escuta ativa, um olhar atento, disciplina, perseverança.

Somos constituídos de cabeça, tronco e membros, ou seja, pensamos, sentimos e agimos.

Nosso maior desafio é a integração, o equilíbrio dessas três forças anímicas.

Rudolf Steiner indica em seu livro 'O conhecimento dos mundos superiores' vários exercícios que facilitam essa integração e o desenvolvimento de um seguro caminho interior.

Vou me referir aqui exercícios sobre a intensificação do pensar, do sentir e do querer que levam ao desenvolvimento das capacidades imaginativa, inspirativa e intuitiva.

O desenvolvimento da capacidade imaginativa pode ser conquistada pela intensificação do pensar. Por meio de um olhar atento e não preconceituoso  formamos imagens a partir de uma representação mental despertando para a ideia que vive por trás ou no interior do mundo sensorial.

Goethe adquiriu essa capacidade imaginativa chegando a visão da planta primordial(arquetípica). Ele percebeu a metamorfose da planta em todas as espécies vegetais. Da planta primordial descendem as diversas famílias botânicas.

Para a imaginação, o pensar torna- se um órgão espiritual de percepção.

Observe atentamente o céu ou uma planta.

Intensificando nosso sentir chegamos à capacidade inspirativa. Essa capacidade pode ser conquistada por meio de uma escuta ativa e empática e, assim distinguimos o que está por trás das palavras além de ouvir a nossa voz interior. 

Ouvir a voz interior é a possibilidade de dialogar com nosso Eu Superior. A inspiração possibilita distinguir entre o que vem do nosso mundo interior e o que vem de fora e leva a ter uma certeza interna.

Para a inspiração, o sentir torna-se um órgão espiritual de percepção.

Ouça boas músicas, sons da natureza.

O desenvolvimento da capacidade intuitiva pode ser conquistada pela intensificação do querer. A intuição fala em não deixar passar as oportunidades que a vida frequentemente oferece. 

Requer o reconhecimento de questões que não são expressas por palavras, mas a partir de acontecimentos e, isso interfere no meu planejamento diário. 

Enquanto a inspiração vem de dentro, a intuição chega de fora.

Para a intuição, o querer torna-se um órgão espiritual de percepção.

Exerça a coragem e a presença de espírito diariamente.


quinta-feira, 28 de março de 2024

O MISTÉRIO DO GÓLGOTA

 A passagem de um Deus pelo destino humano do nascimento e da morte.

A fim de permitir que o significado e o sentido do nascimento e da morte penetrassem no entendimento da humanidade, Cristo desceu do mundo espiritual e se fez carne.

Cristo pertence ao mundo de onde vieram os grandes mestres, mas ele acolheu o seu destino. Ele se submeteu à decisão divina de se encarnar em um corpo terreno e passar com sua própria alma divina pelo nascimento e morte terrenos.

O mistério do Gólgota traz o fato de que um ser divino passou pela existência humana, afim de ter as mesmas experiências terrestres, o mesmo destino que o ser humano na Terra.

Qual foi o conteúdo dos ensinamentos que Cristo ressuscitado foi capaz de transmitir aos discípulos escolhidos?


Ele pode dizer sobre o nascimento e a morte. Transmitiu a eles que o ser humano teria uma consciência de vigília - que não permite conhecer a alma imortal- e, uma consciência de sono que permite o seu ser imortal aparecer ante o olhar da alma.

A consequência disso foi a possibilidade do cultivo de um pensar vivo, da liberdade e a percepção de que existe algo na terra que não pode ser reconhecido por meios terrenos. 


O acontecimento no Gólgota violou todas as leis terrestres. Ocorreu algo divino que não pode ser apreendido por mera compreensão terrena e, sim por uma força de sabedoria, uma força de fé, uma força especial de pistis-sophia - um poder de fé e sabedoria.


O ser humano deve se dispor a reconhecer o fato de que o suprassensível vive no mundo terreno. Com essa disposição de alma podemos desenvolver uma atividade interior intensa.


Deus experimentou o destino terreno através do Mistério do Gólgota.

O conhecimento do divino na alma humana se dá através do conhecimento baseado na sabedoria imaginativa, inspirativa e intuitiva.


O Mistério do Gólgota foi um dos ensinamentos mais significativos doado a humanidade, não através do Cristo que viveu no corpo físico, mas através do Cristo ressuscitado e pela compreensão do Cristo em conexão com a alma humana, o que nos permite dizer: “Não eu, mas o Cristo em mim”.

Cristo está conectado à terra. Todo saber, sentir e agir humanos são importantes para a evolução da terra e para a compreensão da presença de Cristo na alma humana.


Rudolf Steiner diz: "através da ressurreição de Cristo, levando Cristo ressuscitado na alma na vida terrena para poder viver Nele, morrer não na morte, mas morrer vivendo".

O Mistério do Gólgota é o princípio da evolução do Eu Sou. É o impulso da Ressurreição que cada um celebra dentro de si ao superar as dores da alma.


A semana que antecede a Páscoa da Ressurreição é conhecida como a "Semana do Silêncio"ou a " A Grande Semana".

Os sete dias que antecedem a Páscoa é uma fonte de forças para o futuro que virá.

Entre Domingo de Ramos e o Domingo de Páscoa aconteceram fatos arquetípicos que podem nortear e transformar o curso de cada alma humana.


Cada dia da semana revela um mistério cósmico relacionado às esferas planetárias

Domingo de Ramos - dia do Sol

Segunda feira- dia da Lua.

Terça feira - dia de Marte

quarta feira - dia de Mercúrio

Quinta feira - dia de Júpiter

Sexta feira - dia de Vênus

Sábado - dia de Saturno


"No Domingo de Ramos, Cristo entra em Jerusalém, o sol dos tempos antigos manifesta ainda sua soberania no céu; mas, este fato marca sua despedida, a fim de dar lugar no domingo seguinte, a um novo sol, o sol da Páscoa.

Na Segunda Feira, Cristo renega a figueira e purifica o Templo da Cidade Santa, o sol de Cristo confronta o princípio lunar do mundo antigo, que necessitava ser renovado.

Na Terça Feira, Cristo enfrentou seus adversários que lhe preparavam armadilhas. Sua palavra tornou-se arma espiritual. Esta jornada de luta é concluída sobre o Monte das Oliveiras aonde ele revela, aos seus discípulos, profeticamente, o Apocalipse que há por vir. Ali, o espirito de Marte recebe a marca de Cristo.

Na Quarta Feira, com a unção em Bethânia e a traição de Judas, Mercurio se encontrou com o sol de Cristo.

Na Quinta Feira, quando Cristo lava os pés de seus discípulos e lhes oferece a Santa Ceia, uma luz jupiteriana repleta de promessas de futuro, iluminou a aflição e a tristeza das almas.

Na Sexta Feira, ocorreu a mais maravilhosa elevação de tudo o que poderia significar, para o homem, a ideia da deusa do amor, Vênus ou Afrodite. Ocorreu um ato de amor, maior do que qualquer ato de amor possível. O sacrifício de amor no Gólgota foi a transformação do princípio de Vênus no princípio solar do Ser de Cristo. Quando Cristo jazia no sepulcro, o Cristo Sol se encontrou com o espírito de Saturno, Sábado, no cosmos, até que, finalmente, no Domingo, é o próprio Sol de Cristo que venceu". do livro Os Três Anos de Emil Bock- Comunidade de cristãos do Brasil


Pesquisa feita no livro acima e em "Os ensinamentos do Cristo Ressurreto. Reflexões sobre o Mistério do Golgotha - Rudolf Steiner. Haya, 13 de abril de 1922







segunda-feira, 25 de março de 2024

                                                     QUEM FOI EDWARD BACH?

Para entender Edward Bach precisamos inseri-lo no contexto social, cultural e científico da época. Vigorava nessa época o pensamento cartesiano e a vontade de alguns intelectuais de romper com essa lógica. Aproximadamente cem anos após a Revolução Francesa (14/07/1789), marco do início da Idade Contemporânea, o mundo vivia um grande desenvolvimento industrial. O continente europeu era o responsável  por grande parte desse desenvolvimento, além de ser o centro intelectual e financeiro do mundo. Os Estados Unidos despontavam como potência econômica e militar mundial embora, a Inglaterra ainda fosse o país mais importante, detentor de um dos maiores impérios já formados que durou até meados do século XX. A Alemanha unificada em 1871 sob o comando de Bismarck, tornou-se um grande adversário dos ingleses em busca de novos mercados para atender sua indústria. Esse embate econômico e militar, que contestava a supremacia inglesa levou à primeira guerra mundial.  

A Inglaterra, portanto, no final do século XIX, vivia o auge da revolução industrial com suas fábricas inspirando o progresso e expirando poluentes em todo o ambiente. Encontrava- se aí a supremacia da classe burguesa e a privação em que a classe operária vivia, no que diz respeito a condições de trabalho e de direitos sociais. Sem qualidade de vida e sem recursos, privados do necessário para uma vida digna, a classe operária possuía uma saúde precária. 

          O historiador Michelet em seu livro “Le Peuple” confirma a imagem de degradação da condição humana no operariado das manufaturas. Chaplin mostra no seu filme de 1936: “Tempos Modernos” que  a repetição das tarefas realizadas pelos trabalhadores condicionam suas ações e os afastam de qualquer possiblidade humana de pensar e sentir sobre si mesmos. Embora os meios de comunicação e a tecnologia estejam avançando rapidamente, os homens sentem –se cada vez mais isolados e separados, vivendo uma profunda solidão. 

Na ciência, Louis Pasteur (1822-1895) e outros grandes cientistas estudavam métodos mais sutis de cuidar das doenças como a bacteriologia e a imunologia inaugurando uma nova área de cura, na tentativa de compreender o Homem e suas necessidades  direcionando o futuro da medicina. 

Nessa época viveu Rudolf Steiner (1861-1925), fundador da Antroposofia  que trazia na sua filosofia o entendimento do homem como ser dotado de corpo, alma e espírito.

Outras personalidades importantes da época contribuíram para o novo olhar do cliente/ paciente e ofereceram um novo paradigma sobre as questões de saúde, doença e cura dos males como Sigmund Freud (1856- 1939), Carl Jung (1875 – 1961).  Na literatura Tolstói (1828- 1910) escreveu romances psicológicos e Fernando Pessoa (1888- 1935) escreveu sobre a alma humana entre muitos outros autores e compositores da época.

Bach estava imbuído do espírito da época, mas precisamos lembrar dessa linhagem de indivíduos como Hipócrates, Paracelso, Hildegard de Bingen e Hahnemann antecessores nos cuidados do paciente com as plantas e que certamente inspiraram dr. Edward Bach.

Bach foi um homem do final do século XIX, trazia um pensamento segundo esses padrões mas, seu espírito já se impulsionava para o século XX. O pensamento antigo não sustentava a compreensão do Homem, mas havia a dificuldade do novo e do desconhecido. Foi uma época marcada por muitas mudanças, muita dor e tragédia com a primeira guerra mundial.  

Outro ponto a ser trazido é que o século XIX trouxe a possibilidade de um pensar intelectual e a riqueza de um pensar livre mas, também a tendência ao materialismo com o pensamento “eu penso, logo existo” de filósofos da época como Descartes.

GENOGRAMA

Baseado no censo de 1881: 

Pai: Walter Bach tinha 25 anos, solteiro, morava em The Hollies, Alcester Road, Moseley, Kinks Norton, Worcestershire Norton Kings.

Na residência moravam o pai viúvo, duas irmãs, 2 sobrinhos e 2 empregadas domésticas.

Walter Bach foi um dos fundadores de Brass, nascido em Birmingham.

Avô Edward Bach nascido em Hopsey Shropshire em 1810, casado com Louise Susanna Blod..

Na certidão de Edward Bach constou:

Pai: Walter Best Bach—fabricante de cobre

Mãe: Aida Brenda Bach ( nome de solteira Tipper). 

Casaram se em 1884

Como filho mais velho, seria natural naquela época, que ele seguisse a mesma profissão do pai que tinha uma fundição de cobre. Foi o que ocorreu durante 3 anos de sua vida. 

A região da Grã- Bretanha onde Edward Bach nasceu é o berço da antiga cultura celta, ligada ao misticismo e à natureza. Os  celtas se relacionavam com as forças sutis dos fenômenos da natureza e com os seres elementais.

VISÃO PANORÂMICA DA BIOGRAFIA 

         Edward Bach nasceu em 24 de setembro de 1886, em Moseley, há 3 milhas de Birmingham em Warwickshire na Inglaterra. Morava com seus pais Walter e Ada em The Hollies, em Alcester Road. Seus pais eram da religião batista, muito rígidos na disciplina e na educação de seus filhos. 

Ele era o filho mais velho e tinha outros dois irmãos, Charles e Elsie Mary. Charles era 4 anos mais novo e Elsie 6 anos mais nova.

  A família de Bach era proveniente do País de Gales, uma das regiões da Grã Bretanha que abrigou a antiga cultura celta. Seu pai, Walter Bach tinha uma fábrica de fundição de cobre. Quase nada se sabe dos primeiros anos de vida de Edward, a não ser que era uma criança de saúde frágil. Ele nasceu com insuficiência cardíaca o que inspirava muitos cuidados. Como menino era cheio de vitalidade, concentrado e determinado. Nada o tirava de seu objetivo. Gostava de estar na natureza, o que certamente trouxe como herança de seus ancestrais, o povo celta, além de se interessar por tudo que era místico. Era aventureiro e travesso, gostava de brincar e de jogar. 

Bach tinha apreço pelo  Sr. Fischer, um galês, diretor da escola Winterloe onde estudou, em Moseley que o ensinou sobre a cultura celta. Enquanto estudante passava suas férias caminhando por vilarejos e montanhas galesas, dormindo cada noite onde podia, feliz e  integrado à natureza, demonstrando respeito e amor por ela. Era independente, bem humorado e até engraçado, mas, às vezes, tornava-se silencioso, meditativo e, nestes momentos ia para o campo sozinho contemplar a natureza.   Uma de suas maiores qualidades era a compaixão que lhe fez compreender o sofrimento e a dor alheia.  Era querido por todos. Muitas vezes na sala de aula ele “sonhava” com  uma maneira simples de curar todas as doenças e como a cura fluía através de suas mãos e, então  decidiu-se desde cedo a ser médico.  

Ele chamava atenção por onde andava, pois tinha altura mediana, ombros largos, olhos castanhos expressivos e cabelos abundantes. Algumas vezes sentia-se sozinho, pois tinha grandes questionamentos internos. Os dois grandes interesses eram: compaixão por todo ser vivo e amor à natureza que o levaram ao encontro da cura que ele tanto queria.

Ele concluiu os seus primeiros estudos aos 16 anos e embora tivesse se decidido pela medicina começou a trabalhar por influencia de seu pai na fábrica de de fundição da família em Birmingham.

Naquela época era comum o filho mais velho seguir as pegadas da família.  Foi nomeado gerente da fundição de cobre muito a contra gosto onde esteve por três anos (1903 a 1906). 

Edward era um jovem de natureza livre e sensível, por isso esses três anos de trabalho no negócio da família foram difíceis,  mas não foram perdidos, pois ele construiu aos poucos,  a partir da observação dos trabalhadores da fábrica, a compreensão da natureza humana, o que seria a base de toda a sua obra futura. 

Já nessa época, ele observou  que sentimentos como apatia, solidão, medo afetavam a saúde de muitos dos trabalhadores.  

Aos 17 anos alistou-se ao Corpo de Cavalaria de Worcestershire - Yeomanry, que acabava de voltar da guerra contra os Böers e, podia então, ficar próximo aos animais e à natureza e, isto era um alívio contra o confinamento, o barulho e a poluição da fábrica de fundição que eram insuportáveis para ele. 

Frequentemente trabalhava à noite para poder desfrutar da natureza pela manhã. 

Como o trabalho na fábrica era entediante e o afastava de seus ideais, ele foi enfraquecendo e acabou adoecendo. Em algum momento desse trabalho percebeu que os trabalhadores eram mal pagos e lhes aumentou o salário. Seu pai ficou muito bravo e o dispensou mas, nessa época já pensava em estudar medicina.

Com a observação e a constatação dos padrões de comportamento recorrentes dos trabalhadores que afetava tão tragicamente a saúde deles assim como a vida, Edward determinou-se a encontrar um método simples de cura que aliviasse a mente e o corpo do individuo, inclusive as doenças crônicas e as incuráveis.

 Mas, se indagou se esta forma de curar pertencia à Igreja ou aos médicos, pois Cristo, o grande curador, curou o corpo, a alma e a mente e, então nessa época ele ficou indeciso sobre qual profissão deveria seguir, se a de médico ou a de teólogo. Resolveu por medicina e contou ao seu pai que o apoiou na decisão e nas despesas. Nessa reflexão solitária que fez, decidiu também que estudaria todos os métodos de cura para que pudesse ajudar a sanar os sofrimentos humanos.

Edward, aos 20 anos (1906) matriculou-se na Universidade de Medicina de Birmingham, foi em seguida para Londres e terminou seus estudos no University College Hospital, aos 26 anos (1912) . 

De 1906 a 1930 raramente saiu de Londres embora não gostasse do barulho da cidade grande. Seu objetivo e entusiasmo em encontrar a cura fazem com que ele abandone sua vida pessoal. Ele evitava até ir aos parques para não ser levado pelo chamado de sua alma que era estar junto à natureza.

Os anos de estudo não foram fáceis, a mesada que recebia do pai não era suficiente e para aumentar seus recursos, ele trabalhava  de madrugada,  corrigindo provas, o que debilitou ainda mais sua saúde que já era frágil. 

Como estudante de medicina, ele perdeu pouco tempo com os livros , mas observou incessantemente e profundamente as pessoas, pois acreditava que o conhecimento vinha daí. Observou como cada um respondia às doenças e à dor e, como estas diferentes respostas interferiam na duração, na gravidade e no curso da doença e, portanto, realizou que o mesmo tratamento nem sempre curava a mesma doença. Embora a doença seja a mesma, o tratamento depende da personalidade, do temperamento, da visão de vida, dos sentimentos nutridos por aquela individualidade. 

Segundo ele, o processo de cura é tão ou mais doloroso que a doença. Estas observações foram a pedra fundamental para o seu método de cura que mais tarde viria a descobrir.

Aos 26 anos (1912) formou-se em Medicina na Universidade de Londres e começou sua carreira como alopata no Hospital Universitário de Londres,  onde era o médico cirurgião responsável pelas emergências 

Ele obteve os títulos de bacteriologista e patologista mantendo o cargo no University College Hospital onde foi nomeado assistente do departamento de bacteriologia  e imunologia. 

Trabalhou como cirurgião residente no National Temperance Hospital, mas deixou este posto meses depois por problemas de saúde. Depois de se recuperar, ele abriu um consultório perto da Harley Street e, embora tivesse uma grande clientela, continuava insatisfeito com a medicina tradicional. Ele reconhecia que os pacientes não mantinham a saúde, as cirurgias eram paliativas e os médicos não tinham tempo para observar os pacientes, olhando sempre para o sintoma e não para a causa do problema, ou seja,  concentravam-se no corpo e não olhavam para o indivíduo como um todo. Estavam sempre tão preocupados com a doença que esqueciam-se de olhar para o doente. 

Continua sua ânsia para a descoberta de  novos métodos de cura e estudando Imunologia, ele descobriu a relação de um germe intestinal e as doenças crônicas. Observou como esses bacilos estão presentes nos intestinos de quem sofre de doenças crônicas. Depois de meses de investigação e estudos descobriu uma vacina injetável feita da bactéria intestinal e que tinha o efeito de limpar o veneno que causava a doença crônica. Os resultados obtidos foram além da sua expectativa, os doentes melhoravam com a injeção parenteral de algumas bactérias específicas, mas, mesmo assim, ele não estava satisfeito. Ele queria um método que fosse mais natural, com resultados mais duradouros e, que não se utilizasse de agulhas. Ele aperfeiçoou as novas descobertas na Escola de Homeopatia.

Em 1914, aos 28 anos recebeu o diploma em Saúde Pública. A sua saúde não era boa, tinha insuficiência cardíaca  e, por causa disso, foi rejeitado por várias vezes para servir na 1ª guerra mundial. 

Embora fosse muito para ele devido a sua saúde frágil, dos 29 aos 33 anos ele ficou responsável por 400 leitos de feridos de guerra no University College Hospital e, além disso, era assistente clinico de bacteriologia no Hospital Medical School.

Bach estava com 27 anos quando casou se com Gwendoline Caiger em 14 de janeiro de 1913 na paróquia de ST. Mary at Finchley, no condado de Middlesex. Ela tinha 24 anos e faleceu em 5 de abril de 1917 devido a difteria. Nesta época Bach pesquisava as infecções e a difteria a fim de criar uma vacina que pudesse ajudar nessas situações.

Antes teve uma noiva Nora Stevens que conheceu na Universidade em Birmingham, parece ter sido uma vontade de ambas famílias essa união. Nada mais se sabe a respeito dessa possível união.

Aos 30 anos  Bach tinha uma relação amorosa com Kitty Emmeline Janis Light, e em 13 de janeiro de 1916, nasceu sua filha, Evelyn.  Em seguida a morte de sua esposa em 5 de abril de 1917, casou- se com Kitty, e, no dia 2 de maio de 1922 se separam. Bach conheceu Kitty em uma festa e foram morar juntos em uma casa em Pinner e depois em um chalé em Chorleywood. Kitty trabalhava  muito próximo ao The Royal Society of Medecine da qual Bach fazia parte. Este era um dos centros mais renomados de estudos médicos e onde existe uma das maiores bibliotecas da Europa. Os trabalhos de Bach sobre toxemia intestinal estão em Proceedings of The Royal Society of Medecine, 1919-1920 e 1920- 1921. Bach chamava Kitty pelo seu nome próprio, Kathleen e dedicou seus trabalhos a ela.

Algumas vezes almoçava no Connaught Rooms que ficava na Great Queen Street, 61-63, região da maçonaria na qual Bach frequentava.

Em julho de 1917 teve uma hemorragia e foi operado às pressas, extraindo um tumor no baço. 

Os médicos lhe deram o diagnóstico de câncer e, como prognóstico  três meses de vida. Foram seus pais que autorizaram a cirurgia e não sua esposa. Depois que se convalesceu não voltou a viver com ela.

Ainda muito fraco, após três meses de repouso, de dias seguidos na cama com muita dor, ele voltou ao laboratório,  trabalhou  intensamente dia e noite,  por este motivo ficou conhecido como “a luz que nunca se apaga”.  Parece que queria aproveitar ao máximo seu tempo. O tempo passou e ele superou as expectativas dos médicos que não compreenderam como ele havia se recuperado. 

Para Bach, a razão desta recuperação era a motivação e um propósito de vida, ou seja, ele constatou que a alegria ajuda na recuperação. Este fato de sua vida certamente contribuiu para fortalecer a importância dos estados emocionais na cura das doenças.

            Ele estava cada vez mais conhecido do seu trabalho sobre a toxemia intestinal, as vacinas e pesquisas no campo da bacteriologia e imunologia. Com suas vacinas proporcionou grande alivio aos pacientes que já não acreditavam mais na possibilidade de melhorar.

Aos 32 anos durante a epidemia de influenza, a gripe espanhola, em 1918 , usou as vacinas nas tropas dos acampamentos militares e salvou muitas vidas. Durante esta epidemia, ele se questionava sobre o porquê, em meio a uma infecção tão poderosa, uma parte da população continuou ilesa enquanto a outra sucumbiu. As suas experiências clínicas demonstravam que a atitude emocional alterava o prognóstico. 

Ele era cada vez mais procurado no consultório da Harley Street, 82 e  estava confiante de que encontraria o método que tanto procurava. Ele queria retirar o uso das agulhas. Nesta época, trabalhava em tempo integral no University College Hospital  mas, ele era criticado porque demorava muito no atendimento aos clientes. Ele tinha se tornado um médico diferente, pois se sentava ao lado do leito do paciente e ouvia sua história de vida. Era interessado no doente e não na doença. Percebeu que a verdadeira causa da doença era a preocupação. A crítica o desagradou e ele pediu demissão. Continuou as suas pesquisas no próprio laboratório em Nottingham Place onde atendeu os pobres sem cobrar e começaram as dificuldades financeiras. 

Dos 33 aos 36 anos ele trabalhou como bacteriologista do London Homeopathic Hospital. O trabalho nesse hospital cresceu muito e ele tinha assistentes que o auxiliavam e aprendiam com ele. Até então, suas vacinas eram administradas através de injeções subcutâneas.

Teve oportunidade, nesta época (1919), de conhecer o fundador da homeopatia, Hahnemann através de seu livro “Organon: A Arte de Curar”. Estudou a relação entre as descobertas de Hahnemann e as suas próprias. Em Hahnemann, cem anos antes, já existia a ideia de que havia uma associação entre doença crônica e toxemia intestinal; curar o doente e não a doença  e também a relação entre a personalidade e os fatores clínicos. Ele leu o livro todo em uma noite. Compreendeu que a missão de Hahnemann era a mesma que a sua, quer seja restaurar a saúde e curar. Ele começa integrar as descobertas de Hahnemann com as próprias descobertas. Percebe que a descoberta da toxemia intestinal era a mesma descoberta da psora de Hahnemann. Ele combinou suas pesquisas com as da Homeopatia e desenvolveu: “Os sete Nosódios de Bach”, assim eram chamadas as vacinas elaboradas com técnica homeopática e administradas por via oral. Essas vacinas foram baseadas e preparadas a partir de sete  bactérias intestinais ( proteus, dysentery, morgan, faecalis alkaligenes, coli mutabile, gaertner, número sete).  Os nosódios intestinais foram um upgrade na medicina pois, purificam o trato intestinal e melhoram a saúde do paciente. Percebeu que cada bacilo intestinal estava relacionado com um tipo de personalidade e, para cada personalidade havia um nosódio. Os resultados superaram as expectativas e os nosódios foram muito bem aceitos pelos médicos alopatas e homeopatas da Europa e América. 

Sua filha conta no seu livro que quando se interessou pela homeopatia deixou seu consultório, abandonou a maçonaria e vendeu a cabana onde moravam e a internaram em um colégio em Eastbourne com 6 anos. Era Natal. Ele ganhava muito dinheiro e proporcionava uma vida farta à esposa e filha. Evelyn foi mudada várias vezes de internato e raramente via os pais. Quando tinha 14 ou 15 anos encontrou-se com seu pai. Ele era membro da sociedade do zoológico  e levou Evelyn conhecer esse lugar.

Depois de 1922, aos 36 anos Bach morou em vários lugares sempre em Londres.  

Aos 34 anos publicou o artigo: “Um Método Efetivo de Preparação de Vacinas para Administração Oral”, no Medical World e suas pesquisas foram acrescentados nos Procedimentos da Sociedade Real de Medicina. Ele apresentou o trabalho: “A Relação da Terapia de Vacinas com a Homeopatia” à Sociedade Homeopática de Londres, despertando muito interesse. Ele estava muito entusiasmado com as novas ideias e percebeu que Alopatia e Homeopatia tomariam rumos convergentes, caminho que ele mesmo buscava. Ele estava muito satisfeito e agora podia dizer sobre o tipo de paciente, seus sintomas antes de encontrar a bactéria, embora soubesse que havia muito por fazer, já não perdia tanto tempo na investigação da doença fazendo com que o paciente enfraquecesse mais.

E, então, aos 35 anos classificou os sintomas relacionados às bactérias com detalhes e começou a prescrever baseado na sintomatologia, sem ajuda do laboratório.

Aos 36 anos separou-se de Kitty Light e desistiu do cargo de bacteriologista e patologista no hospital homeopático de Londres e foi para um grande laboratório em Portland, em Park Crescent. Aumentaram também os clientes do consultório na Harley Street e, além disso, ele mantinha outro consultório em Nottingham Place, para pessoas carentes. Ele era reconhecido  pelos homeopatas que o chamavam de segundo Hahnemann.

Nessa época também conheceu Nora Weeks que trabalhava em um consultório próximo ao dele.

Desde 1923, aos 37 anos, Bach estudava os efeitos da dieta na saúde e doença e indicava frutas, alimentos crus e muita água para limpar os intestinos. 

Aos 38 anos ele proferiu a palestra: “Toxemia intestinal e sua relação com o câncer”, apresentada no Congresso Homeopático Britânico onde expôs os resultados de seus estudos sobre os efeitos de uma dieta mais balanceada na redução das toxinas intestinais. Ele comprovou cientificamente, o que há tanto tempo ele sabia intuitivamente, que o temperamento do individuo era a indicação do tratamento. 

Aos 40 anos publicou com C.E.Wheeler, seu assistente: “Cronic Disease: A Working  Hypothesis”, livro que foi bem aceito entre os médicos. 

Aos 41 anos estava muito ocupado, totalmente envolvido nos estudos das doenças crônicas e dividia o tempo entre consultório da Harley Street, 82 e o laboratório de Park Crescent. Apesar de ter uma equipe para ajudá-lo, ele mesmo preparava as vacinas. Ele orientava os médicos. Cada centavo era investido nas pesquisas, no laboratório e nos honorários de seus assistentes. 

 Estava há quatro anos separado de Kitty.  Elsie, sua irmã, queixou-se algumas vezes para a sobrinha Evelyn que seu irmão mais velho só se ocupava com o trabalho. 

Participou do Congresso Internacional de Homeopatia em Londres e era reconhecido pelos médicos homeopatas e alopatas que usavam muito suas vacinas, não só na Grã-Bretanha como também em outros países.

Aos 42 anos escreveu o artigo: “Um Método Efetivo para Combater a Toxemia Intestinal”, que foi publicado no The Medical World, em março de 1928.  Percebeu que os sete nosódios não curavam todas as doenças crônicas e, essa insatisfação o levaria a dar mais um passo em direção às novas descobertas. As suas descobertas até agora foram feitas por métodos científicos, mas insatisfeito vai atrás de sua intuição, a medida que as respostas às suas perguntas não foram  satisfatoriamente respondidas pela ciência. 

O ano de 1928 (42 anos) foi o primeiro ano do novo trabalho. Ele estava convencido de que a natureza podia oferecer substâncias para a saúde. Ele procurou as plantas para substituir os sete nosódios e verificou que certas plantas tinham efeitos semelhantes àqueles dos grupos de bactérias

Em um jantar maçônico, ele começou a observar detalhadamente as pessoas, a maneira de comer, os gestos, a voz e teve um insight, as pessoas podiam ser agrupadas em tipos. Ele viu que os indivíduos se agrupavam por semelhança de comportamento e, imaginou que deveria haver um remédio que aliviasse o sofrimento comum a essas pessoas e, então procurou na natureza novos remédios e encontrou  algumas plantas que lembrassem os grupos de bactérias.

Descobriu os três primeiros dos 38 remédios que tomariam o lugar dos sete nosódios (Impatiens, Mimulus e Clematis). Ele descobriu essas três flores no país de Gales, ao obedecer a um impulso. Estes remédios extraídos das plantas tratariam o temperamento, o humor e, portanto, a doença. Eles foram preparados pelo método homeopático, da mesma forma que as vacinas orais, os primeiros resultados foram satisfatórios e ele resolveu abandonar todos os outros métodos de tratamento. Nesse momento fazia um questionamento sobre a polaridade positiva utilizada na feitura do remédio das plantas e o negativo utilizado nas bactérias dos nosódios.  Uma maneira nova de dinamização deveria ser descoberta. Fez uma nova definição de saúde e escreveu que a ciência tende em mostrar que a vida é harmonia, um estado de ser afinado e que a doença é uma condição em que a parte do todo não vibra em uníssono.

Percebeu que embora a medicina tradicional tenha lhe dado a estrutura como profissional da saúde, ela não era mais o seu caminho. Através de sua observação sensível e aguçada do humano e da natureza começou a relacionar o gesto da planta ao gesto do ser humano. Não se sabe ao certo como ele foi fazendo essas analogias, mas, com certeza, além das observações e do seu espírito científico utilizou-se também da sua intuição.

Saiu a campo perto de seu aniversário de 42 anos (1928), encontrou Impatiens Glandulifera (Impatiens) que ressoava com o seu tipo de personalidade. Ele a encontrou caminhando às margens de Rio Usk entre Albergavenny e Crickhowell, no sul do país de Gales. O seu laboratório é agora a natureza. Ele observava cada estágio do crescimento da flor, da árvore, o habitat das plantas, o tipo de cada uma delas, a forma, a cor, o solo para associá-la  ao gesto emocional do ser humano. Nessa época, Nora Weeks, tornou-se sua incansável assistente e grande parte do que sabemos dele foi escrito por ela. Ela relatou que o via caminhando pela natureza com muitas dores nas pernas, fortes dores de cabeça e tiques. 

Dr. Bach encontrou o primeiro remédio na busca de sua própria cura, pois, segundo impressões de F.J.Wheeler e Victor Bullen, Dr. Bach tinha uma mente rápida e original, corajoso, altruista e generoso. Ele era rápido para decidir, rápido para agir, rápido para se zangar, algumas vezes era impaciente com a demora dos outros. Ficava rapidamente estressado e, isso acontecia quando perdia a compaixão, a gentileza e a confiança.

Não se sabe ao certo se foi o Clematis vitalba ou o Mimulus guttatus a segunda planta a ser descoberta. A descoberta do Clematis vitalba (Clematis) conhecido como barba de velho ou alegria de viajante, foi no outono de 1928 a algumas milhas de Albergavenny. Inicialmente clematis foi realizado pelo método homeopático de trituração das sementes, pois, é a semente que propicia o foco observado pelo seu gestual.

Em 1929 Bach e Kathleen moram juntos novamente. A filha desde os 6 anos até os 17 anos percorre vários internatos.

No verão de 1930 Dr. Bach viajou com Nora Weeks pelo país de Gales e encontrou Mimulus Guttatus  (Mimulus) perto do rio Usk em Crickhowell. Estavam descobertas as primeiras três plantas desse novo método de cura que inicialmente foram feitos pelo método homeopático. Ele publicou o artigo “Alguns Novos Remédios e seus Usos”,  no The Homeopathic World.

O primeiro pronunciamento público sobre a Nova Medicina foi feito à Sociedade Britânica de Homeopatia, em Londres.  Nessa mesma palestra, ele se refere a Hahnemann como sendo alguém que anteviu novas doenças devido a mudanças na civilização e,  portanto,  novos remédios deveriam ser pesquisados. Também nessa palestra, Dr. Bach mostrou o fio condutor de suas novas ideias e pesquisas mostrando que a doença é um estado de desarmonia em relação ao ser como um todo, no seu aspecto físico, emocional e espiritual.

Depois de ter descoberto os três primeiros florais e tê-los preparado pelo método homeopático, voltou para o consultório para testá-los.

Neste ano de 1930, segundo Nora Weeks, Bach decidiu deixar Londres definitivamente.  O mais difícil desta decisão foi despedir-se de seus amigos e dos membros das lojas maçônicas às quais pertencia e vai em direção a Gales. Esta não foi uma decisão fácil, pois ele tinha um lugar de destaque na sociedade médica.

            Ele era um médico, um cientista de renome e resolveu deixar toda sua rendosa atividade, os laboratórios e o consultório em Londres para buscar na natureza um novo método que pudesse trazer  a cura que ele havia  idealizado desde pequeno. Os amigos surpresos, tentaram dissuadi-lo da ideia. 

 Antes de sair de Londres, queimou tudo o que havia escrito até então, inclusive os artigos sobre os nosódios e deixou o antigo trabalho. 

Foi apoiado e incentivado pelo Dr. John Clark, diretor do Homeopathic World, um jornal médico homeopático que colocou seu periódico a disposição de Bach e lhe disse : “ Rapaz, esqueça tudo o que aprendeu, esqueça o passado e vá em frente. Você encontrará o que está procurando e quando encontrá-lo, eu o receberei de volta de bom grado e lhe darei o meu apoio e estarei disposto a atirar meu trabalho às chamas e recomeçar como um praticante da nova e melhor medicina que você descobrirá”.  

Dr. Clark viveu para ouvir falar dos novos remédios chamados "os doze remédios curadores". O sonho de infância estava se tornando realidade e, ainda, por muitas vezes, ele tinha o impulso de colocar a mão nos pacientes para que fossem curados. Ele continuou a ser um observador convicto de todos os aspectos comportamentais de seus pacientes. Continuou  utilizando as três plantas descobertas e os resultados sempre foram muito encorajadores no sentido de fazê-lo continuar a sua busca de um novo método de cura.

Em 1928, com 42 anos, escreveu o Artigo: “A redescoberta da psora” que foi  publicado no jornal homeopático britânico. Mesmo não gostando da vida da cidade, permaneceu até os 44 anos em Londres, observando e cuidando de seus pacientes nos laboratórios e nos hospitais,  preenchido pelo entusiasmo de encontrar a verdadeira cura.

Em 1929, com 43 anos abandonou a terapia com os nosódios.

O desejo de começar uma nova metodologia mais simples de cura onde o laboratório seria a natureza e ele mesmo através da sua observação era enorme. Foi para o país de Gales. Cheio de vitalidade e motivação deixou a barulhenta cidade e levou, por engano, uma mala cheia de sapatos no lugar de uma mala com material para preparar os novos remédios. Na verdade, ele precisou dos sapatos e não do material, pois andou muito pelos campos, observando a natureza e as pessoas e, isso, o inspirou cada vez mais. Ele olhava para medicina como uma arte, não cobrava nem do rico, nem do pobre, portanto, passou muitas privações, mas conseguiu continuar o trabalho graças ao auxílio de amigos e a confiança de que estava no caminho certo. Era o ano de 1930 e ele estava com 44 anos.

Ele percebeu que os remédios faziam bem para o corpo e a mente. Ele queria preparar os remédios com um  método mais simples do que o método homeopático. Sua observação e percepção a respeito das plantas aguçavam. Andava por brejos, pântanos procurando espécies e tentando aprender com a natureza. Para a sua pesquisa  eliminou as plantas primitivas como os cactos e também as usadas como comidas. As plantas que considerou que continham poder de cura eram diferentes e raras. Elas floresciam mais tarde no ano, quando os dias eram mais longos e o sol estava com toda a sua força e vigor.

Com a imagem de que na semente está contido todo o potencial da planta, utilizou-se da flor para obter a propriedade curadora que tanto queria. Ele escolheu as plantas mais perfeitas da espécie, a floração bonita na forma, tons e com crescimento em profusão. Observou que o sol incidindo na pétala da flor deveria deixar no orvalho as propriedades da planta e ponderou sobre a simplicidade do método que adotaria para elaborar o floral.  Ele coletou o orvalho antes do sol evaporá-lo. Pegou flores que estavam à luz do sol e outras que estavam na sombra. Como era bastante perceptivo  era capaz de sentir a vibração das plantas. Ele segurava uma planta ou colocava na língua e sentia no corpo as propriedades das flores. Algumas o revitalizavam, outras causavam dores, vômitos, febre, erupções. Sua observação e experimentação estavam na natureza e tinha como ferramentas o próprio corpo, os sentidos e a intuição. O sol é essencial no processo de extração da flor, mas , compreendeu que coletar o orvalho da flor, dessa forma, levava muito tempo, então, ele resolveu colher algumas flores e colocá-las num recipiente de vidro fino com água da fonte até que a energia da flor passasse para a água. e começou a preparar os remédios por esse novo método que ele denominou: método solar.

Mudou- se para uma cidadezinha de praia “Abersoch”, aperfeiçoou o método solar e entre um banho de mar e outro escreveu: “Cura-te a ti mesmo”, uma introdução à nova medicina, que inicialmente chamou de “Come out into the sunshine”.

Em Londres, ninguém quis publicar seu livro por achá-lo revolucionário demais. Como Londres lhe fazia mal, foi para Cromer, cidade à beira-mar, da qual ele gostava muito e, ficou de agosto até a primavera, viajando para pesquisar e encontrar  os  outros nove curadores. A cidade de Cromer estava cheia de turistas, Bach aproveitou essa oportunidade para observar novamente os tipos de indivíduos com suas culturas, gestos, comportamentos.     

Ele foi gradativamente clareando essas ideias do novo método de cura. Segundo Dr. Bach, a ação dos novos remédios é a de revitalizar a personalidade como um todo.      

Em fevereiro de 1930, publicou “Novos Remédios e Novos Usos” no The Homeopathic World e explicou  como o tratamento tem a ver com os estados da mente e não com os sintomas físicos.

Os três primeiros remédios encontrados marcam o início da nova farmacopeia. Ele encontrou mais sete plantas nos campos de Norfolk, perto de Cromer, Agrimonia Eupatoria (Agrimony), Chicoryium Intybus (Chicory), Verbena Officinalis (Vervain), Erythroea Centaurium (Centaury) Ceratostigma Willmottiana (Cerato, originário do Tibet) e  Scleranthus Annuus (Scleranthus).

Aprimorou o método solar que consiste em um dia de verão sem nuvens, ele pegava as flores, na melhor floração, extraía as propriedades medicinais no campo onde a planta mãe crescia e desta forma nada da sua força de vida se perdia. Em um recipiente de vidro ele cobria a água com as flores. Lá ficavam por 4 horas até que as flores murchassem e transmitissem suas propriedades para a água (agora impregnada pelo poder magnético ficava clara, cristalina e cheia de bolhas cintilantes). Ele tirava as flores sem contato manual, com um galho da própria planta. Ele desejava eliminar o elemento humano tanto quanto possível na feitura dos remédios. O método era perfeito para ele, usa- se o ar, o calor do sol, a água e a terra que nutria a planta, ou seja, os 4 elementos. A água é transferida para garrafas pequenas – tinturas com 50% de brandy (para conservação) e as garrafas são etiquetadas. Nessa fase ele continuou cuidando de pacientes.

Publica em 1931, aos 45 anos, o livro: “Cura-te a ti mesmo” 

Dr. Edward Bach  mantinha uma pequena clínica na costa de Norfolk onde atendia com as essências florais obtendo bons resultados. Em março foi  para País de Gales , caminhou pelas montanhas e, refletindo sobre o seu trabalho pressentia que o caminho diante dele não era fácil, tinha dificuldade de convencer as pessoas, porém a grande prova do valor das descobertas estava nos bons resultados que conseguia com uso da nova farmacopeia. Ele queria ir para Londres mas, não tinha dinheiro e, como sempre, recebeu ajuda inesperada de um paciente ou outro e, então, descobriu em Lewes-Sussex, Hottonia Palustris (Water Violet). Em julho de 1931, na trilha de Chiltern, no vale do rio Tâmisa, ele encontrou Gentiana Amarella (Gentian). Ele já havia descoberto 11 plantas. Na espera da primavera, Dr. Bach foi para Cromer cuidar dos seus pacientes e dos resultados de suas pesquisas. Os resultados conquistados com os pacientes o fortaleciam para continuar o seu trabalho  A classe médica, porém, tinha dificuldade em aceitar as novas ideias e toda a simplicidade desta metodologia de cura . Os artigos escritos para jornais e revistas científicas  não foram publicados e,  por isso, resolveu fazer pequenos panfletos diários para distribuição junto aos leigos e pacientes. Essa iniciativa começou a prejudicá-lo junto ao conselho de medicina que tentou intimidá-lo, mas ele estava decidido a mostrar a simplicidade de seu método de cura a todas as pessoas.

Na primavera de 1932, aos 46 anos, enquanto não encontrava o 12º remédio, ele foi  para Londres a pedido dos amigos. Atendeu no consultório da rua Wimpole, mas ele não se adaptou ao barulho da cidade e adoeceu. Ele encontrou alguma paz sob as árvores do Regent’s Park e  escreveu o livro “Liberte-se” (Free Thyself) onde explicou de forma simples como o homem pode aprender a usar a sua intuição e escreveu os remédios encontrados até agora. Este livro foi escrito em forma de panfleto e em outubro de 1932  se esgotou. Dois meses depois, voltou para Kent para recobrar suas forças. O último remédio foi encontrado: Helianthemum Nummularium (Rock Rose)

        O poder de cura instantânea fazia parte de Bach, ele queria mostrar para todos, mas  não podia, então os tratava com remédio floral que age da mesma maneira. Ele completou a descoberta das doze plantas que ele mesmo chamou de “Os Doze Curadores”, voltou para Cromer e confirmou  a validade do método através dos excelentes resultados que obtinha junto aos pacientes.

Em 1933, aos 47 anos, depois da descoberta dos doze curadores relacionados aos doze tipos de personalidade, ele começou a pensar na nova série de remédios. Percebeu que a resposta de alguns clientes não era a desejada. Descobriu então que o tipo de personalidade, cuidada pelos doze curadores estava envolta por um padrão crônico. Decidiu sair de Cromer para se dedicar ao seu trabalho de pesquisa. Foi para Eastbourne em janeiro de 1933 e depois para Marlow on The Thames e ficou por semanas. 

Os novos remédios a serem descobertos seriam para os padrões de crenças limitantes,  para as pessoas que acreditam que nada mais poderia melhorar em suas vidas, pessoas sem esperança, que pensam somente nas incapacidades e nas limitações.   

Para estes estados mentais, Bach procurou flores que crescessem juntas em massa, e que pulassem aos olhos pela cor, beleza e grandeza. Estas plantas deveriam conter o estímulo necessário para deixar os sofrimentos ou estados de resignação aos quais eles estavam acostumados e resgatar a essência de cada um. Ele continuou a ser procurado por muitos pacientes e ainda muitos outros lhe escreviam, mesmo com tanto trabalho, ele escreveu: “Os 12 Remédios Curadores” onde demonstrou os temperamentos, os estados mentais e outras instruções como a preparação, a prescrição e a dosagem dos remédios florais. Foi escrito como panfleto e vendido muito barato para que todos pudessem comprar. Ele encontrou Ulex Europaeus (Gorse) e em seguida Quercus Robur (Oak) que cresciam ao redor de Cromer onde ficou até fevereiro de 1934. Durante esse tempo encontrou outros dois remédios: Calluna Vulgaris (Heather) e Rock Water e completou os quatro que ele chamou de Auxiliares.

Nos próximos meses, cuidou dos pacientes e testou a validade desses novos remédios, em Cromer. Publicou “Os Doze Curadores e os Quatro Auxiliares” e estava bastante satisfeito com esta publicação feita por C.W.Daniel, no outono de 1933. Nesta época, Bach forneceu lotes de tinturas-mãe a dois grandes químicos de Londres e não pediu nada em troca da doação, mas convenceu-os a vender o remédio da forma mais accessível possível. 

No final do inverno de 1933 (47 anos) e no começo da primavera de 1934, ele atendeu  muitos pacientes e conseguiu ampliar a compreensão dos novos remédios. Nessa época, ainda descobriu a fórmula para emergência em caso de acidentes, choques, traumas, muita dor, medo e chamou de Rescue Remedy. Ele a usou pela primeira vez para auxiliar um pescador que foi salvo por um barco salva vidas. O pescador estava congelando e espumando pela boca, delirando e antes de aquece-lo Dr. Bach umedeceu-lhe a boca com Rescue Remedy que continha, nesse momento somente clematis, impatiens e rock rose. Em seguida o pescador se recuperou.

Elaborou os estados mentais para os três próximos remédios: Olea Europaea (Olive), Vitis Vinifera (Vine) e Bromus Ramosus (Wild Oat), em 1934, aos 48 anos. Pode ser que ele tenha visto algumas videiras e oliveiras no jardim botânico de Kew, mas para preparar esses dois remédios ele pediu ajuda para amigos que moravam na Suíça e Itália, ensinando-os como preparar as tinturas mãe pelo método solar.

No livro Soy Bobbie, sua filha conta que um dia ao voltar do trabalho encontrou sua mãe muito irritada porque seu pai havia aparecido pedindo para voltar para casa. Nesse momento ele precisava de ajuda, mas Kitty não o quis de volta. 

Foi uma fase difícil pessoalmente, além de não suportar a incompreensão do conselho médico que já o notificava, pois não concordavam com as novas descobertas de Bach.

Depois disso,  instalou-se em Wellsprings na casa de Mary Tabor e lá estava também Victor Bullen. Nesta fase Bach estava ligado à maçonaria em “a real e antediluviana ordem dos búfalos”, uma das maiores organizações fraternas do Reino Unido. O lema dessa ordem era: “nenhum homem é em todo momento sábio” e a máxima que os orientava era: justiça, verdade e filantropia.

Nesse momento, Dr. Bach havia descoberto em seis anos, dezenove plantas. Depois de ter descoberto os três últimos auxiliares, ele sentiu que suas pesquisas haviam encerrado. Os dezenove florais encontrados estavam sendo experimentados em seus pacientes com resultados sempre gratificantes. Wild Oat veio orientar a direção que o novo sistema de cura tomaria. Ele sentia que deveria estabilizar-se em algum lugar, não muito longe de Londres, nesses últimos anos tinha perdido contato com os amigos. Ele queria encorajar os amigos médicos para que usassem os remédios e queria divulgar seu método para todos. 

O tempo que passou em Cromer foram felizes e a sua saúde nunca esteve tão boa, a capacidade intuitiva e seu poder de cura haviam se intensificado. Ele deixou Cromer, as suas reservas estavam acabando, alguns amigos o ajudavam, muitas vezes ele tinha dificuldade para comprar os frascos e o brandy, mas ele acreditava na proteção divina. Ele não sabia como tinha conseguido sobreviver até agora, alguns achavam que ele era um homem rico, mas, muitas vezes, se privou de suas próprias necessidades para comprar o material necessário.

Ele saiu à procura de um lugar para morar em uma manhã de março de 1934. Ele foi em direção a Sussex, Kent e Buckinghamshire até retornar ao vale do Tâmisa onde alugou uma pequena casa chamada Mount Vernon, na vila de Sotwell, para onde se mudou em abril de 1934, 48 anos.  Ele estava feliz na nova casa, divertia-se replanejando o jardim ao redor da casa, enquanto se recuperava das últimas semanas de caminhada. 

Próximo a ele morava em Wellsprings, Mary Tabor e Victor Bullen com quem mantinha grande amizade. Muitas vezes trabalhava em Wellsprings já que Mount Vernon era uma casa bem pequena. 

          Escreveu a 2a. edição e publicou em junho de 1934: “Os 12 Curadores e os 7 Auxiliares”. A venda dos livros e das tinturas não lhe davam uma boa renda, pois  os farmacêuticos deviam vender com preço muito accessível. Estes dias refizeram as suas forças. Os pacientes continuavam a procurá-lo.  Ele passava dias calmos fazendo seus móveis  para sua casa com madeira das árvores Oak, Elm e Walnut e cuidando de seu jardim, e, isto relaxava a sua mente. Ele percebeu que estava  começando um novo trabalho. Compreendeu  que precisava de novos remédios para alguns estados mentais que atormentam o dia a dia e que não haviam sido inseridos no primeiro grupo dos florais.  Esse novo grupo de florais ele chamou de  florais complementares. 

Como os remédios só poderiam ser encontrados na próxima primavera, ele se envolveu com a carpintaria.

Em 1935, aos 49anos ele começou a conhecer os novos dezenove remédios de forma diferente. O processo de descoberta dos dezenove complementares foi exaustivo. Ele tinha uma enxurrada de sentimentos e de estados mentais e, era isso que o fazia encontrar a planta que aliviaria esse estado. Poucos dias antes de cada descoberta, Nora Weeks nos conta que ele começava a ficar inquieto e percebia que estava prestes a descobrir uma nova série. De março a julho de 1935, ele descobriu os novos dezenove remédios. Nesta época, ele tinha dores intensas de cabeça devido a sinusite e dores no corpo. O que conduzia a busca do remédio não era a dor física, mas o sentimento advindo dela. Dr. Bach sentia-se desesperado com medo de perder o controle. Foi desta forma, querendo ajudar os que entram em desespero e que tem medo de enlouquecer que ele encontrou o primeiro da nova série, Prunus Cerasifera (Cherry Plum).  Para fazer esses novos remédios ele utilizou-se de um novo método de preparação, o método de ebulição. Em seis meses ele descobriu  os outros dezoito remédios, sendo que onze eram de árvores.

Depois de ter encontrado Cherry Plum, Dr. Bach reconsiderou sua posição, ele já tinha escrito sobre suas descobertas e parece que ele estava recomeçando outra vez. Era março de 1935 e ele resolveu andar, pegou o casaco, o chapéu, foi acompanhado pelo seu cão Lulu e encontrou Ulmis Procera (Elm).

Não há registro de como foram escolhidos alguns dos complementares. Nora Weeks nos deixou escrito que ele sentia o estado emocional de cada novo remédio. Nesse momento encontrou Populus Tremula (Aspen) e depois Aesculus Hippocastanum (Chestnut Bud).

Nesta época, Bach estava morando em Wellssprings, em Sotwell com Mary Tabor. Nora  Weeks morava em Mount Vernon, na companhia de Victor Bullen. Esse era um grupo fechado de amigos ainda incluía os Wheelers. Depois descobriu Larix Decidua (Larch), Carpinus Betulus (Hornbeam), Salix Vitellina (Willow), Fagus Sylvatica (Beech), Malus Pumila (Crab Apple), Juglans Regia (Walnut), Ilex aquefolium (Holly), Ornithogalum Umbellatum (Star of Bethlehem), Aesculus Hippocastanum (White Chestnut).

Esses novos remédios foram feitos pelo método de fervura com exceção de White chestnut que foi feito com as flores e pelo método solar. Ele não deixou explicação sobre porque mudou de método. Pode ser como observou Nora Weeks porque o sol não tem força no inicio da primavera. Ele ferveu por meia hora as partes das plantas e dessa forma continuou utilizando os quatro elementos: terra, agua, ar e fogo. O local para fervura continuou sendo perto do local da planta e na melhor floração.

Em seguida descobriu Aesculus Carnea (Red Chestnut), Pinus Sylvestris (Pine), Lonicera Caprifolium (Honeysuckle), Rosa Canina (Wild Rose), Sinapsis Arvensis (Mustard), Castanea Sativa (Sweet Chestnut).

 Em agosto, depois da descoberta do último remédio, ele acrescentou os seus achados no livro: “Os 12 Curadores e os 7 Auxiliares”. O esforço enorme dos últimos meses para encontrar remédio por remédio o esgotou. 

A descoberta desses remédios demandava muita coragem e determinação quase sobre-humanas, somente quem esteve com ele pôde ver, diz Nora Weeks. Desenvolveu tamanha sensibilidade que o fazia sentir  a dor do próximo cliente. Mesmo com todo este sofrimento, queria levar alegria para os clientes, pois sabia que bem-estar e alegria são essenciais para a saúde. 

Tinha interesse por críquete e pelos clubes de futebol, era sempre visto com um sorriso na boca e uma palavra amável a todos. Ele não descansava, os pacientes o procuravam ou lhe escreviam. Acreditava que este método poderia ser utilizado por todos que quisessem. 

Em 8 de janeiro de 1936, Bach recebeu uma notificação do conselho geral de medicina referindo-se aos assistentes não qualificados (seus assistentes não eram médicos) e a possibilidade de seu nome ser retirado do registro de médicos. Ele lembrou o conselho que não se importava, pois ele queria ser conhecido como herbalista. Ele escreveu ao conselho que podia abandonar a medicina ortodoxa, mas seu nome não foi retirado do registro dos médicos. 

Em setembro de 1936 publicou a 3ª edição de: “Os 12 Curadores e outros Remédios”. Começou a escrever sobre o método de tratamento e a prescrição das ervas, chamando-o de: “As Ervas Curadoras” e,  percebeu que através de palestras seria mais fácil divulgar o trabalho ao qual tinha se dedicado. 

No dia do seu aniversário, em 24 de setembro de 1936,  ele deu a primeira  palestra em Wallingford e falou sobre as vantagens desse novo método de cura. Enquanto o livro não era publicado, ele distribuiu manuscritos a respeito do método que ele chamou de “Healing Herbs” e distribuiu de casa em casa. 

Em outubro, ele estava bastante debilitado, mas não parou de trabalhar, sob sua supervisão seus assistentes continuavam ajudando, prescrevendo e divulgando os florais.

Na madrugada do dia 27 de novembro de 1936 ele morreu enquanto dormia em uma casa de repouso chamada Lady-Grove Nursing Home, em Didcot, de uma parada cardíaca e sarcoma. A única beneficiária do seu testamento foi Nora Grey Weeks.

Nos últimos dias de sua vida trocou cartas com Mary Tabor e em algumas delas se referiu ao amor que tinha pela filha, como estava pensando nela e em todos que amava e, também a sua preocupação com o destino de seu trabalho com os florais. 

Mais de oitenta anos depois de suas descobertas , Os Florais de Bach foram reconhecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e se firmam como uma Prática Integrativa e Complementar à Medicina Tradicional.